1.12.09

Rapidinha de amantes.

Eles já nem sabiam mais dizer há quantos anos se amavam tão intensamente e viviam uma angústia eterna de serem apenas amantes. O marido dela era cardíaco, de família italiana e quatrocentona. A mulher dele tinha a pior diabetes do mundo e quase não fazia xixi sem ele. Eles se amavam nas horas de almoço dele enquanto ela saia dizendo que tinha sempre mil coisas para fazer na rua. Apagavam velas tardiamente por seus aniversários. Trocavam presente de dia dos namorados uma semana antes porque ela morria de curiosidade. E ele de uma ânsia que dava até nojo.


E depois de tantos anos a mulher dele morreu. E poucos meses depois o marido dela. Se uniram em menos de seis meses diante de uma platéia pasma com tanto amor exalando poros afora de duas pessoas que já não eram tão jovens. 

Dois anos depois ele encantou-se brutalmente pela caixa do mercadinho da rua de baixo. Era uma vila. E a moça gostou de ser flertada com tanto romantismo por um homem mais velho e com a experiência estampada no rosto em forma de rugas. Viveu por ela uma paixão arrebatadora. Mas era um homem honesto. Jamais largou sua mulher. Afinal ela era viúva.  

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