15.10.09

Nem tão rápida sobre o divórcio e o tesão.

Ela era um projeto mal acabado de piranha comportada mas no fundo no fundo uma piranha bem honesta. Não tinha falhas de caráter. Só gostava muito da coisa e portanto era mal falada na vizinhança com, em qualquer lugar do inteiror onde a rua que vai é a mesma que volta com uma praça e um coreto no meio.

Foi com o marido já barrigudo no pagode e feijoada de sábado. Sempre iam. Mas nesse sábado, ao invés das três caipirinhas habituais ela tomou cinco e potencializou. Chegaram em casa. Ela ainda dançava sem música e cantava como se fosse parte de um côro com centenas de pessoas que abarrotam um estádio de futebol nas semi finais. Ele estava puto com a mas sabendo que  ia tirar uma lasquinha. Ou quem sabe o couro todo. E ela se rebelou. Lançou-o na cama com o lençol brega em tons de vinho, rebolou a pole dance sem o cano e se jogou em sua pior performance enquanto assobiava e rebolava. Sentou-se sobre ele como se estivesse em cima de um touro mecânico e segurou-o pela gola azeda de chopp, cachaça e o suor dos pagodes . Com uma mão só segurou aquela gola. Bêbada e louca. Ele não sabia se era para rir, chorar ou só comer mesmo. Casados há 19 anos ela nunca tinha se mostrado uma mulher tão tão intensa. Nem tão violenta. E ela nunca tinha gritado antes "Aio Silver" enquanto eles transavam. Não em 19 anos. Era uma mistura de felicidade absoluta com aquela mulher sem pudores e receio de parecer que estava sendo engolido por uma estranha. Com a mão que restou ela desferiu dois tapas na cara do marido barrigudo. A seco. Sem alisar. Na ida e na volta. E em seguida muito sexy decretou: Vem tigrão, sua vez, pode bater!


Ele jogou-a longe e pediu o divórcio.
Tudo menos apanhar. Apanhar não.
Nem sua Santíssima mãe jamais bateu nos filhos.
Que dirá na cara.

1 comentários:

Lilian disse...

Muuuiiittoooooo bom.....

 
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