6.10.09

Meio rápido sobre medo

Tudo era urgente como a última vez. Como quem tivesse marcado a data da morte com os milésimos de segundos. Viveu uma vida de 50 anos em 15 capítulos resenhados e bem escritos mas rápidos como a velocidade da luz. Tinha sempre muito medo Daqui um minuto podia não haver mais nada e ela tinha pânico do nada e da possibilidade de ele chegar em um ou dois minutos. E quanto mais medo mais medo. Atravessava a rua com medo. Parava no farol desejando um carro blindado. Evitava qualquer situação que julgasse de risco. Desistiu da arte por medo da crítica. Deixou de ir ao  shopping com medo da gripe que não é do porco. Não tomava mais sol por causa do linfoma.

A urgência agonizou. Pairou a estagnação dos covardes em viver.
Foi quando desistiu do sexo. Pessoas também morrem de prazer.
Ela preferiu a desidratação.

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